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A relação entre a Moda e o Movimento LGBTQIAPN+

Entender a Moda como dispositivo social que faz parte da construção da sociedade, nos faz enxergar com clareza sua principal função, a de comunicação. Expressar quem se é através das vestimentas é algo intrínseco ao ser humano, e por isso, ao longo da História, esta ferramenta foi se tornando uma aliada poderosa para definir movimentos sociais, econômicos e políticos.

Para o Movimento LGBTQIAPN+, a Moda ganhou um papel fundamental dentro de uma relação mutualista de influência, respeito e incentivo. Foi através dela que a comunidade LGBTQIAPN+ encontrou representatividade e um espaço seguro para expressar sua essência. Por isso, no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, queremos resgatar um pouco desta relação poderosa, responsável por representar um pouco do movimento como o conhecemos hoje.

 

A História do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+

Em junho, mais precisamente no dia 28 de junho, é celebrado em todo o mundo o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+. Mas você sabe o que originou essa data?

Tudo começou em 1969, quando alguns policiais invadiram o famoso bar gay Stonewall Inn, em Nova York, e, sob alegação de “conduta imoral”, prenderam vários dos clientes presentes no local. No entanto, mesmo com o objetivo de coagir a comunidade da época, a população não se deixou intimidar e vários simpatizantes invadiram o local como forma de protesto. A data ficou conhecida como Rebelião de Stonewall Inn, marcando na História um dos episódios mais marcantes da luta da comunidade gay pelos seus direitos. Desde então, a data é lembrada com o objetivo de celebrar o amor, a diversidade, e acima de tudo, o respeito.

A relação entre a Moda e o Movimento LGBTQIAPN+

A estreita relação entre a Moda e o movimento LGBTQIA+

A Moda sempre se fez presente dentro do movimento, fosse pela representatividade de profissionais gays no mercado, ou por sua essência irreverente, que inspirou este grupo a se expressar com liberdade e criatividade.

Gianni Versace, Marc Jacobs, Alexandre McQueen, Dudu Bertholini, Yves Saint Laurent... muitos foram os grandes nomes da moda que viveram sua homossexualidade de forma mais exposta e utilizaram do seu trabalho como instrumento para dar vida a ideias inovadoras, questionadoras e subversivas. Saint Laurent, por exemplo, polemizou ao trazer um smoking para mulheres, enquanto Versace trouxe foco a um uso subversivo e sensual do couro.

Nos anos 80, essa relação se intensificou com o Voguing, uma dança moderna que imita as poses típicas das modelos nas principais capas de revistas, com movimentos corporais definidos por linhas e poses. As “batalhas” de voguing ficaram famosas na cena LGBTQ da década de 80, consistindo em apresentações performáticas onde nos competidores se vestiam de acordo com o tema que estavam representando, e por isso, o figurino era um dos principais quesitos a serem avaliados. Estes eventos foram o berço da cultura Drag, criando um espaço seguro para que o público LGBTQ pudesse expressar seus sonhos e interesses. Inclusive, apesar da cena Ballroom – nome pelo qual ficaram conhecidas as batalhas – não ter tanta força atualmente, é possível ter contato com conteúdos que se inspiraram em seu formato, como é o caso do programa RuPaul’s Drag Race; hoje o programa é um dos principais responsáveis pela popularização da cultura Drag e do movimento LGBTQIAPN+ como um todo.

 

A contribuição do movimento LGBTQIAPN+ para a Moda

Como dito anteriormente, a relação entre a Moda e o público LGBTQIAPN+ não é de mão única. Ao contrário do que muitos pensam, a cultura gay contribuiu e segue contribuindo muito para vários movimentos importantes da moda.

Um primeiro exemplo que podemos citar é a construção da imagem de várias divas da cultura pop, como Madonna e Lady Gaga, que se inspiraram em diversos códigos queer, como o voguing, os clássicos sapatos de salto plataforma, e toda a estética camp. Foi através de tais ferramentas, que essas artistas popularização e trouxeram luz à comunidade LGBTQIAPN+. E a influência vai bem mais além.

Com a democratização do universo da moda, é possível levar à população geral temas que não eram tão difundidos anteriormente, como é o caso das discussões acerca do movimento LGBTQIAPN+. Marcas começam a mostrar seu apoio à comunidade e, consequentemente, mais pessoas começam a se conscientizar a respeito do assunto. Diversidade e liberdade sexual começam a se tornar assuntos comuns, que ganham cada vez mais atenção da mídia e da sociedade como um todo, e assim, começam a transformar suas ideias e ações.

Um grande exemplo dessa transformação foi o fortalecimento da moda sem gênero. Apesar de não ser algo exatamente novo – afinal, se olharmos para a história da moda, descobriremos que o vestuário nem sempre possuiu essa divisão binária dos gêneros feminino e masculino – foram necessárias muitas transformações sociais para que a moda chegasse onde está hoje. Atualmente a moda genderless se fortalece como uma resposta às questões sobre gênero propostas pela teoria queer, e comprova o que a relação entre a Moda e o movimento LGBTQIAPN+ sempre mostrou – que todos devem ter a liberdade de ser e de se expressar como bem quiser.

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